segunda-feira, 14 de julho de 2008

Proibido Proibir

Brasil / Drama / 105 min
Realizador: Jorge Durán;Escritores: Gustavo Bohrer; Eduardo Durán;
Actores: Caio Blat como Paulo; Maria Flor como Letícia; Alexandre Rodrigues como Leon; Edyr de Castro como Rosalina; Raquel Pedras como Rita; Adriano de Jesus como Cacao.

Review: Paulo é um estudante de medicina, que gosta de cannabis, de boa vida e que tem como lema de vida o título que dá o nome a este filme - Proibido Proibir; Leon um brilhante estudante negro de sociologia que não gosta de política e se encontra a fazer um importante trabalho na faculdade e a bela estudante de arquitectura Letícia, namorada de Leon formam o triângulo maravilha sobre o qual se debruça este filme.

A vida dos três rapidamente se complica quando Letícia começa a duvidar dos sentimentos que começa a nutrir por Paulo e quando uma paciente de Paulo no Hospital lhe pede para ver o seu filho antes da morte que a espera (um jovem rapaz que vive num zona pobre do Rio de Janeiro e que é perseguido por um grupo de traficantes)! Ao tentar tirar Cacao da favela onde se encontra, Leon é alvejado e cabe a Paulo a árdua tarefa de tentar salvar a vida do seu melhor amigo tendo como ajudante e cúmplice Letícia por quem continua a gostar!

Este filme aborda essencialmente o poder inabalável da verdadeira amizade e do rol de afectos que se gera em 3 pessoas que se adoram entre si incondicionalmente, e a visão de 3 jovens estudantes, uns mais brilhantes que outros do que é crescer hoje em dia no Brasil. Pareceu-me a mim ter um final algo precoce, pois imaginava mais uma hora de luta dos 3 contra a injustiça do sistema judicial no Brasil, mas realmente se fosse assim tornava-se novamente mais um filme brasileiro a bater novamente nos mesmos assuntos. A última cena do filme está contudo brilhante ao tentar passar uma mensagem de esperança face a todos os problemas que os afectam como um só, bem visível no sentido abraço que todos dão!
Adorei as cenas filmadas no miradouro em Brasília.

Nota: 7 em 10.

Referência final: este filme ganhou: o galardão Golden Sun do Biarritz International Festival of Latin American Cinema em 2006; o Golden India Catalina do Cartagena Film Festival em 2008; o prémio especial do Júri no Havana Film Festival em 2006 entre outros...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Paranoid Park (2007)


Paranoid Park

USA / Drama / 85 min
Realizador: Gus Van Sant;
Escritores: Gus Van Sant (screenplay); Blake Nelson (novel).
Actores: Gabe Nevins como Alex; Daniel Liu como Detective Richard Lu; Taylor Momsen
como Jennifer; Jake Miller como Jared.


Review: Paranoid Park baseia-se num livro de Blake Nelson e traz-nos a história de um jovem skater - Alex, que num daqueles dias em que pareçe que estamos num sítio contra vontade de toda a humanidade se vê envolvido num homícidio a um segurança privado.

Alex vive com a mãe em pleno processo de divórcio litigioso e com o irmão mais novo de 13 anos. Tem como melhor amigo Jared, também skater que lhe incute o gosto por um parque especial de skaters em São Francisco - o Paranoid Park (perto de onde se dá o acidente) e como namorada a jovem Jennifer, completamente egocêntrica e distante dos problemas que assolam Alex, nunca o conseguindo ajudar ou ouvi-lo o que obriga este a confidenciar-se a pessoas mais distantes.

Este filme dá imensos saltos à frente e atrás pelo que só temos uma ideia geral do que aconteçe a Alex já no 1/3 final do filme.

É super interessante a passagem dos sentimentos e dúvidas que caracterizam a CULPA que devem assolar alguém que como Alex comete um erro grave e despropositado e que não sabe como lidar com a situação, para o próprio filme. Várias vezes vemos um Alex distante, distraído, pensativo, melancólico (sendo que para isso muito contribuiu a brilhante banda sonora), sendo que os primeiros momentos após o acidente são retratados de uma forma meticulosa, insana o suficiente para uma situação destas. Destaco sobretudo a forma como Alex quer se livrar das roupas que usava naquele dia e o demorado banho que toma no sentido de ter tempo para pensar no que fazer de seguida.

A respeito da banda sonora li que GVS foi bastante ecléctico nesta matéria, usando desde música clássica, folk, rock, hip hop, e muito de Nino Rota.

Trata-se de um filme que vai muito para além de fazer mais um retrato sociodemográfico dos teens americanos, pois aborda também de uma forma curiosa os adultos que compõem a família de Alex. Não vemos neste filme jovens burros, e viciados em álcool, drogas e sexo como em muitos filmes que falam sobre a adolescência, mas sim um jovem como outro qualquer que adora um desporto - neste caso o skate e que vê no skate uma forma de escape, uma forma de se sentir bem!

Gus Van Sant tenta também passar a imagem de que esta situação se podia passar contigo, ou com o teu irmão ou mesmo um filho teu, seja ele um skater ou não, seja ele americano ou não!

Nota: 7,5 em 10.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Into The Wild (2007)

USA / Adventure / Biography / Drama / 158 min

Realizador: Sean Penn;

Escritores: Sean Penn (screenplay); Jon Krakauer (book).



Review: Into the Wild é realmente um belo filme, literalmente falando.

Em termos de fotografia está genial, em termos de mensagem em príncipio já deveria estar tudo no livro mas Sean Penn tem grande mérito ao transpor todas as emoções do livro para a tela, os lugares de filmagens foram realmente bem escolhidos e realço especialmente a caracterização da personagem do Chris - super credível o passar dos meses, ele realmente emagreçe com o tempo, não pareçe cá haver tangas e manipulações por computador! As cenas várias vezes repetidas do cinto de Chris estão lá para o provar!

De uma forma global, Into the WIld é um argumento adaptado do livro de Jon Krakauer e fala-nos de um jovem recém licensiado - Chris McCandless que saturado da sua vida familiar (que resulta das desavenças constantes entre os pais), farto da sociedade hipócrita em que vive, abandona tudo e todos e de mochila às costas parte sem rumo certo, sem dinheiro e sem nenhum objecto que lhe lembre a sua vida passada. Chris muda inclusive de identidade, passando a chamar-se Alex Supertramp (com Supertramp a referir-se a algo tipo vagabundo)!
Perseguindo o sonho de atingir o Alasca profundo, onde se rodearia apenas da natureza no seu estado mais puro e onde sobreviveria graças ao seu engenho, Alex vai fazendo várias amizades consolidades num curto espaço de tempo, conheçendo pessoas que de início estranham o seu objectivo principal mas que logo o apoiam e incentivam. É dado um papel importante aos verdadeiros amigos neste filme, às pessoas realmente interessantes que realmente vale a pena conheçer, aquelas que nos apoiam incondicionalmente sem reservas e que guardamos na memória para sempre.

Este filme encontra-se bem estruturado sendo repartido por alguns capítulos no sentido de dar a conheçer o passado de Alex (chamêmo-lo assim) e dar-nos a conheçer algumas das razões que o levaram a tomar esta decisão, já que a história dá vários pulos no tempo. Uma remanescência do livro?

Outro aspecto super interessante é o gosto da personagem principal por literatura, levando o mesmo a proferir várias citações dos seus livros preferidos em determinadas partes do filme.
Into the Wild entrou logo para o rol dos meus filmes favoritos, sobretudo pela originalidade do argumento, pela bela interpretação de Emile Hirsch que vinha fazendo filmes de caca, pelos cenários usados, pela crítica severa e por vezes cortante a coisas que todos nós vemos no dia a dia e não ligamos e a esta forma de ver e viver a nossa vida, vou repetir - a NOSSA vida!


Nota: 8,9 em 10 sem pestanejar.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Vencedores dos Óscares de 2008


Melhor Filme - No Country for Old Men de Ethan e Joel Coen.

Melhor Realizador - Ethan e Joel Coen - (No Country for Old Men).

Melhor Actor Principal - Daniel Day-Lewis (There Will Be Blood).

Melhor Actor Secundário - Javier Bardem (No Country for Old Men).

Melhor Actriz Principal - Marion Cotillard (La Vie En Rose).

Melhor Actriz Secundária - Tilda Swinton (Michael Clayton).



Melhor filme estrangeiro - The Counterfeiters (Áustria).

Melhor Argumento Adaptado - No Country for Old Men.

Melhor Argumento Original - Juno - Diablo Cody.

Melhor Filme de Animação - Ratatouille, Brad Bird.


Melhor Direcção Artística - Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street - Dante Ferretti, Francesca Lo Schiavo.

Melhor Cinematografia - There Will Be Blood - Robert Elswit.

Melhor Guarda-Roupa - Elizabeth: The Golden Age - Alexandra Byrne.

Melhor Documentário - Taxi to the Dark Side - Alex Gibney e Eva Orner.

Melhor Documentário em Curta-Metragem - Freeheld - Cynthia Wade e Vanessa Roth.

Melhor Montagem - The Bourne Ultimatum - Christopher Rouse.

Melhor Caracterização - La Vie en Rose - Didier Lavergne e Jan Archibald.

Melhor Banda Sonora Original - Atonement - Dario Marianelli.

Melhor Canção Original - Falling Slowly - Once, Música e letra de Glen Hansard e Marketa Irglova.

Melhor Curta Metragem de Animação - Peter & the Wolf - Suzie Templeton e Hugh Welchman.

Melhor Curta-Metragem - Le Mozart des Pickpockets - Philippe Pollet-Villard.

Melhor Som - The Bourne Ultimatum - Karen Baker Landers e Per Hallberg.

Melhores Efeitos Sonoros - The Bourne Ultimatum - Scott Millan, David Parker e Kirk Francis.

Melhores Efeitos Visuais - The Golden Compass - Michael Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris e Trevor Wood.

Oscar Honorário - Robert Boyle.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

There Will Be Blood (2007)


There Will Be Blood


USA / Drama / 158 min
Realizador: Paul Thomas Anderson.
Escritor: Paul Thomas Anderson; Upton Sinclair.
Actores: Daniel Day-Lewis como Daniel Plainview; Dillon Freasier como H.W. Plainview; Paul Dano como Paul Sunday / Eli Sunday.





Review: antes de mais dizer que a versão do filme que eu tinha era muito má e as legendas nem se fala...


Este foi um daqueles filmes que me custou imenso a ver até ao fim. Não, não tinha cenas horripilantes, mas simplesmente não tinha nada a ver comigo e penso que não irá significar muito para a maioria de vós. Não estou a dizer que o filme é mau, apenas que roça um pouco o tédio.


Este fime traça a história de um homem - Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), que cuida sozinho o seu filho - H.W. (Dillon Freasier). Quando Plainview recebe uma dica de que, numa pequena cidade do Oeste, um oceano de petróleo está revelar-se à superfície, dirige-se até lá com o seu filho, para tentar a sua sorte na degradada Little Boston.


Esta cidade é um pouco estranha, pois tudo pareçe girar em torno da igreja do carismático pregador Eli Sunday (Paulo Dano), onde negócios se misturam com rituais estranhos de expulsão de demónios e com confissões pecaminosas levadas ao extremo.


Com o decorrer do tempo e o aumento da fortuna, nada se mantém igual e à medida que os conflitos vão aumentando todos os valores humanos - amor, esperança, comunidade, fé, ambição e mesmo os laços que unem pais e filhos - são ameaçados pela corrupção, decepção e pelo fluxo do petróleo (esta foi a única parte do filme que dei algum valor).


De resto é um filme, que deixa de início algumas dúvidas sobre as cenas que decorrem, existem diálogos que pareçem ter como objectivos trazer à superfície alguma insanidade no interior dos telespectadores, ou então o objectivo é mesmo fartar - que foi o que aconteçeu comigo.


Dentro de toda a maluquiçe que envolve o filme a actuação de Daniel Day-Lewis realmente sobressai, juntamente com o de Paul Dano (não conheçia este último).



Nota: 6 em 10 (dar o benefício da dúvida)!
Revisto por Manic a 12/02/2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Michael Clayton (2007)


USA / Drama / Thriller / 119 min
Realizador: Tony Gilroy.
Escritor: Tony Gilroy.


Review: Um filme um pouco à semelhança de "O Jogo" com o Michael Douglas, contando também com uma teia extrememente envolvente de roda da personagem Michael Clayton. É necessária imensa atenção aos pormenores e aos nomes das várias personagens para uma compreensão mais fácil do filme.

Fala-nos de um ex-advogado criminal - Michael Clayton - que trabalha já à vários anos numa famosa empresa de advocacia onde desempenha tarefas como "consultor especial" (M.Clayton auto-intitula-se como 1 zelador).

É ele que pega em 1ª instância nos acidentes e/ou asneiras dos clientes mais importantes da empresa e decide os primeiros passos a tomar, os primeiros depoimentos a fazer e as melhores pessoas consoante os casos.

Michael é amigo de Arthur (o grande despoletador desta história), um advogado da mesma empresa, com um 1 problema do foro psiquiátrico mais ou menos sério, pelo que muitas pessoas não levam o que diz muito a sério.
~
Arthur está como o responsável máximo por um processo imposto à empresa U-North sobre um herbicida potencialmente cancerígeno, mas logo consegur chegar à posse de um documento secreto que a ser descoberto condenava a empresa nesse processo, tornando-se assim um alvo a abater lançando assim a trama que preenche esta história.

Michael começa a inteirar-se desta história e a dada altura pareçe ser a única pessoa a acreditar em Arthur, começando assim uma investigação por conta própria.

Trata-se de um boa interpretação de George Clooney, sem lugar a brilhantismos, e de uma boa surpresa relativamente a Tom Wilkinson.

Mais um filme para preencher uma tarde de sábado na Sic.

Nota: 6 em 10.
revisto por Manic a 10/02/2008

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Atonement (2007)


UK / Drama / Romance / 130 min
Realizador: Joe Wright.
Escritores: Ian McEwan; Christopher Hampton .
Actores: Saoirse Ronan como Briony Tallis, aged 13; Romola Garai com 18 anos; Vanessa Redgrave em idade avançada; Julia West como Betty; James McAvoy como Robbie Turner; Keira Knightley como Cecilia Tallis; Juno Temple como Lola Quincey.


Review: Queria começar esta review por partilhar uma frase dita durante o filme que é a síntese perfeita do âmago desta história:
"Que idade temos de ter para saber a diferença entre o bem e o mal?"

Atonement é um filme que nos fala da importância da redenção, do fazer o que é correcto e justo na altura certa, ou do arrependimento que pode durar uma vida decorrente do não cumprimento dos actos que falo em cima.
É um filme completíssimo, riquíssimo em actos, palavras e com um enquadramento histórico muito bem conseguidoe enriqueçedor.

Esta história começa no decorrer da década de 30 e é brilhantemente levado à actualidade na última cena do filme, dando uma noção de continuidade, de evolução na história, tal como está prevista no 1º filme madeirense - As memórias nunca se apagam!

Atonement fala-nos de duas irmãs pertencentes a uma família aristocrata inglesa: Cecília (Keira Knightley) a mais velha, independente e bela, que tem uma paixão ardente e secreta por Robbie (James McAvoy); e Briony (interpretada por 3 actrizes: com 13 anos - Saoirse Ronan ; com 18 - Romola Garai; com idade avançada - Vanessa Redgrave) a mais nova e na minha opinião a personagem central deste filme.

Briony é uma jovem inteligente, imaginativa que desde cedo desenvolveu o gosto pela escrita. Briony desenvolve também um fraquinho por Robbie, facto que condiciona em muito a relação de Cecília com este, ao se envolver numa teia de acontecimentos que culmina com uma acusação de violação a Robbie.

Robbie um empregado lá de casa, sempre bem tratado pela família Tallis é então levado pela polícia, onde lhe é dado a escolher entre a continuação na prisão e a recruta para participar na 2ª GGM.

Ele opta por esta última opção e parte para França com a promessa feita a Cecília de voltar são e salvo a fim de passar com esta o resto das suas vidas.

Ao longo dos filmes vemos várias cenas extremamente simbólicas e carregadas de simbolismo como a cena em que um soldado morre ao segurar a mão da enfermeira Tallis e o lavar de mãos logo a seguir de Tallis como que a tentar limpar o grande erro que marcou a sua vida.

Nota: 8.5 em 10.

revisto por Manic a 10/02/2008

Charlie Wilson`s War (2007)


Charlie Wilson`s War

EUA / Drama / Biografia / 97 min
Realizador: Mike Nichols.
Escritor: Aaron Sorkin; George Crile.
Actores: Tom Hanks como Charlie Wilson; Julia Roberts como Joanne Herring; Philip Seymour Hoffman como Gust Avrakotos.



Review: Charlie Wilson´s War é baseado em factos reais e fala-nos de um congressita texano, mulherengo sem contudo perder o cavalheirismo, que se começa a interessar, quase por acaso, pela questão da invasão do Afeganistão pelo exército Soviético nos anos 80.

Charlie Wilson (Tom Hanks) conheçe a dada altura Joanne (Julia Roberts), uma das mulheres mais poderosas e influentes na América e igualmente uma das grandes impulsionadoras da defesa da causa afegã. É precisamente Joanne que desafia Charlie a ir até ao Paquistão/Afeganistão para se inteirar em 1ª mão da desoladora realidade que assola estes países.

É engraçado ver ao longo do filme a teia de influências que existe no seio do congresso Norte-Americano e que servem para Charlie conseguir o apoio finançeiro (o mais importante) e logístico (por parte de um departamento da CIA), tudo feito em "off the record"!

É nesta altura que surge a personagem Gust (Philip Seymour Hoffman), que vivia explorado e ignorado pelas suas anteriores chefias até começar a trabalhar na pasta da guerra no Afeganistão!
É Gust, com uma personalidade muito determinada e decisiva, muito à semelhança de Charlie, que ajuda este último nas questões mais delicadas e nos inúmeros contactos internacionais que levam 1 simples congressista a travar uma luta decisiva para a retirada das tropas russas.

Este filme tem obviamente 1 cariz político bastante vincado, é abordado o tema da Guerra Fria que dura desde o fim da 2ª GGM, as prioridades do governo norte-americano nessa altura que iam pela reorganização da Europa de Leste e menos pela exposição mundial e por um conflicto aberto com os Russos.

No final do filme surgem novamente algumas críticas dirijidas ao Governo NA, sendo que é realçado por 2 vezes um dos erros mais crassos dos EUA nas últimas décadas:

o entrar com os nossos ideiais, o mudar o mundo e o abandono logo de seguida.

Este filme acaba exactamente como começou, dando a noção de reforço e de recompensa pelo trabalho feito.

Nota: 7 em 10.

revisto por Manic a 09/02/2008

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Rambo IV (2008)

Rambo IV


EUA / Acção / 91 min
Actores: Sylvester Stallone como John Rambo; Julie Benz como Sarah; Matthew Marsden como School Boy.


Review: Lá se foi o bocadinho de "mística" que restava à saga de Rambo e do próprio John Rambo!


Eu sou um profundo fã de Rambo, já vi os 3 filmes anteriores praí umas 12 vezes e sempre me fascinou a personagem de John, a máquina de guerra abandonada após o vietname, que só era lembrado em tempos de crise e quando era preciso salvar x ou y, o guerreiro que procurava afastar-se do mundo que o viu cresçer, ora procurando refúgio junto de budistas, ou de ex-companheiros seus! O Rambo no fundo é mais uma vítima do sistema, em que numas altura foi altamente preciso e de um momento para o outro é abandonado ao "Deus dára"!


Ainda hoje me lembro da morte daquela vietnamita, que continua a ser (mesmo depois de R4) o único grande amor de John, como das cenas que mais revolta e tristeza me trouxe desde que vejo cinema! Para mim o 2 episódio desta saga continuará sendo o melhor até agora (James Cameron tb escreveu para este filme?), logo seguido do primeiro que conseguiu transmitir em pleno a vertente rebelde de John!


Em Rambo IV a história volta irremediavelmente a repetir-se em moldes praticamente iguais, ou seja: com John na Tailândia, onde vive capturando cobras (que triste maneira de acabar os nossos dias, hein John?), o nosso herói é novamente abordado na hora do trabalho para mais um serviçinho - transportar uns membros de uma igreja a uma zona de guerra (é por isso que ele recusa sempre a 1ª abordagem, pois ele tá sempre a meio do trabalho).


Após o transporte feito, alguém é capturado pois claro e é pedida ajuda ao nosso John, só que desta vez existe um grupo de mercenários que irão fazer o serviço e o John supostamente iria ficar a assistir (já estão a ver no que isto vai dar não?).


O final é sempre igual, ele consegue em parte o que estava previsto e fica com os louros todos!


O que não gostei:
  • a cena da pesca com arco e flecha é no mínimo ridícula;

  • montes e montes de frases feitas; a voz do nosso herói também está cada vez pior;

  • algumas contradições no que respeita á ideologia dos membros pertencentes à igreja católica do Colorado;

  • a voz off por parte do Sly está horrível (falharam redondamente naqueles momentos já conheçidos de introspeção pré-batalha).


Mais-valias:

  • o franco-atirador que arrancava cabeças foi um complemento muito bem arranjado a esta 4ª edição que nos apareçe com uma dose de carnificina bem maior;

  • gostei imenso dos pesadelos do John a relembrar cenas e frases das edições anteriores;

  • a cena em que uma vila inteira é massacrada estava razoavelmente bem feita.


Nota: 4.5 em 10.


Considerações finais: este filme está realmente uns furos abaixo dos anteriores e não foi de perto nem de longe uma boa esteia de Sylvester Stallone como realizador.

Já não se vê a sede de vingança nos olhos de Rambo, nem o fazer o mais correcto a pedido ou para salvar alguém que realmente goste. Não se nota que haja algo mais a motivar este John Rambo e nem a tentativa de voltar a colocar uma personagem feminina no filme, um pouco a substituir o Coronel Samuel Trautman naquela sua árdua tarefa de pôr algum senso nesta cabeça dura, veio trazer o mínimo de familiaridade à saga. De referir que ao longo do filme a personagem feminina pareçia ser o que ainda movia o nosso herói para após o combate final ela não lhe ligar nenhuma! Enfim..mais uma saga estragada!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Carnaval hitchockiano (II)

The man who knew too much (1953)


James Stewart, Doris Day



Este foi o segundo filme que vi de rajada durante o período carnavalesco. O filme assenta na fórmula habitual de Hitchock, neste específico caso, numas aparentes agradáveis férias de um casal, que culmina no rapto do filho e numa conspiração política de contornos homicidários.

Este filme revela muito bem o estilo de hitchcock, com cenas de suspense muitoooo longas (a cena da ida de J. Stewart à loja de animais é fastidiosa mas surpreendemente fabulosa).

Os cenários também, como é hábito nos filmes do cineasta são fascinantes, desde as paisagens áridas e ruidosas de Àfrica, à sobriedade urbana londrina. Todavia, da filmografia do realizador, este é o filme com os cenários mais interessantes. É o filme menos arrepiante da colecção e o mais romântico, a par com "vertigo". Mas é mágico.... assistir à actuação da "que sera, sera" de Doris Day é um momento absolutamente especial e com certeza vai perpetuar-se na minha memória durante muitos anos... vejam o filme....ok, não precisam de ver, mas vejam apenas os últimos 10 minutos..


Pros: Doris Day! Doris Day! Doris Day!

cons: nenhuns

Carnaval hitchockiano (I)




Luzes, cor, samba, nádegas musculadas, suor, brazil, xuxa, Liza Minelli...
Palavras que caracterizaram a vivência das pessoas nos últimos dias...
Para mim, o carnaval que se passou foi tudo menos colorido...
Mistério, suspense, homicídios, "glamour", suspeição, jazz..
Pois bem, só no último fim-de-semana assimilei 3 clássicos do hitchcock...
E curiosamente, diverti-me bem mais a tentar deduzir os argumentos capciosos dos filmes, que a
a masturbar-me a ver as bundas húmidas das brasileiras no canal globo (como fazia invariavelmente todos os anos neste período.).
Então vamos por filme:

Rear Window (1954)



James Stewart, Grace Kelly

Um dos filmes mais emblemáticos de Alfred Hitchock, que solidificou o seu estilo de construção filmíca. É um filme muito bom, que mesmo apesar da sua idade, ainda consegue criar alguns íncomodos na maioria das plateias. O seu interesse resulta da sempre fascinante fórmula hitchockiana, ou seja, nunca revelar demasiado, o que mantém intacta a curiosidade do espectador até ao final.
O filme trata fundamentalmente da obsessão "voyeurista" de James Stewart, um fotógrafo que, em virtude de um acidente que provocou a fractura de uma perna, passa os dias a espiar os vizinhos do prédio em frente. Uma das suas sessões nocturnas de "voyeurismo" revela algo de sinistro num dos apartamentos (não vou revelar)...O resto do filme desenvolve a teoria da conspiração e culmina num confronto inesquecível (também não vou revelar).
Esteticamente, é um filme bem trabalhado, bonito, com contrastes diários e nocturnos.
O tratamento de audio também é excelente e envolvente.
Em suma, este é um filme que me agradou profundamente, devido ao tema (sou um confesso "voyeur") que explora. Este tema, foi por exemplo explorado uns anos mais tarde, por David Lynch, em Blue Velvet (1986), um dos meus filmes predilectos, que até em algumas cenas presta homenagens descaradas a Hitchock.
O único ponto fraco (que para mim, é forte) que poderá condicionar o interesse deste filme nas novas gerações é a sua lentidão e falta de dinamismo. O que não se vê, é para mim, muito mais perturbador, do que aquilo que está à vista, daí achar muito mais interessante um "rear window" assente no seu suspense que o seu remake "disturbia".

Prós: A sempre excelente actuação de James Stewart (tá pro Hitchock, como Machlachan teve para o lynch). A sonoridade e a estética visual.

Cons: Ter um fim.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nomeados - Oscars 2008

Aqui estão as nomeações para os Oscars de 2008, com algumas surpresas.


Melhor Filme

No Country For Old Men
There Will Be Blood
Michael Clayton
Juno
Atonement

Melhor Realizador

Paul Thomas Anderson – There Will Be Blood
The Coens Bros. – No Country for Old Men
Julian Schnabel – The Diving Bell and the Butterfly
Tony Gilroy - Michael Clayton
Jason Reitman - Juno

Actor Principal

Daniel Day-Lewis – There Will Be Blood
George Clooney – Michael Clayton
Johnny Depp – Sweeney Todd
Viggo Mortensen – Eastern Promises
Tommy Lee Jones - In the Valley of Elah

Actriz Principal

Marion Cotillard – La Vie en Rose
Julie Christie – Away from Her
Ellen Page – Juno
Cate Blanchett – Elizabeth: The Golden Age
Laura Linney - The Savages

Actor Secundário

Javier Bardem – No Country for Old Men
Casey Affleck – The Assassination of Jesse James
Hal Halbrook – Into the Wild
Tom Wilkinson – Michael Clayton
Philip Seymour Hoffman – Charlie Wilson’s War

Actriz Secundária

Cate Blanchett – I’m Not There
Amy Ryan – Gone Baby Gone
Tilda Swinton – Michael Clayton
Ruby Dee – American Gangster
Saoirse Ronan – Atonement

Argumento Original

Juno
Lars and the Real Girl
Michael Clayton
The Savages
Ratatouille

Argumento Adaptado

No Country for Old Men
There Will Be Blood
The Diving Bell and the Butterfly
Atonement
Away from Her

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Projectos dos nossos realizadores favoritos para 2008












Gus Van Sant



  • 8 - 8 histórias centradas em 8 temas dirigidas por realizadores famosos em que estes partilham as suas opiniões sobre o progresso, face à realidade e desafios que o nosso planeta hoje enfrenta (Gus Van Sant responsável pelo segmento "Reduce child mortality"); projecto de vários realizadores;

  • Milk - A história do primeiro oficial gay eleito, Harvey Milk, um supervisor de São Francisco que foi assasinado junto com o Mayor George Moscone pelo Supervisor Dan White.















Larry Clark



  • Body of Lies - Um antigo jornalista ferido na guerra do Iraque é contratado pela CIA para encontrar um líder da Al Qaeda na Jordânia. Baseado no livro "Body of Lies" de David Ignatius. Com Leonardo DiCaprio e Russell Crowe.
















M. Night Shyamalan


  • The Happening - Um thriller sobre uma família em fuga após uma crise natural que representa uma ameaça em larga escala à humanidade.
















Ang Lee



  • A Little Game - Um casal perfeito fingem uma separação, apenas para perceberem que os seus amigos nunca quiseram essa união.












David Fincher



















Steven Soderbergh



  • The Argentine - Este filme começa quando Che Guevara e um grupo de exilados cubanos (liderados por Fidel) alcançam a costa Cubana a partir do México, em 1956. Durante 2 anos, eles mobilizaram a população e um exército e fizeram frente ao regime do ditador Fulgencio Batista.

  • Guerrilla - Em 1964, Ernesto 'Che' Guevara viaja para Nova Iorque em representação das Nações Unidas. Ambos estes filmes contam com Benicio Del Toro no papel de "Che".

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

RIP Heath Ledger



Heath Ledger, 28 anos, nascido na Austrália e famoso pelo filme "Brokeback Mountain", foi encontrado morto no seu apartamento na zona do SoHo, em Manhattan, por uma empregada doméstica.

Paul Browne, porta-voz da polícia de Nova Iorque, informou: “estamos a investigar a possibilidade de uma overdose”.

Em Agosto de 2006, a Warner Bros anunciou que Ledger iria desempenhar o papel de Jokerno filme The Dark Knight, a sequela do último filme da saga de Batman. Este filme encontra-se de momento em fase de pós-produção.

Shoot ´Em Up (2007)





EUA / Comédia / 86 min
Realizador: Michael Davis.

Escritor: Michael Davis.
Actores: Clive Owen como Smith; Paul Giamatti como Hertz; Monica Bellucci como Donna Quintano.



Review: decididamente...o pior filme de 2007 e um dos piores que vejo desde o crocodilo 1 ou lá como é que se chamava essa bodega que um dia à noite em 2004 a TVI mostrou a Portugal.

Quem realmente deseja ver este filme, não o pode levar a sério e não deve criar expectativas nenhumas como eu quando vi a dupla que o iria fazer. Trata-se de um filme ridículo, com acção non-stop muito ao jeito de Jackie Chan, mas em pior com cenas humanamente impossíveis e a descridibilizar completamente um Clive Owen que eu vinha admirando de uns tempos para cá!



Deixo-vos com alguns dos disparates do filme e....tirem vocês as vossas conclusões:


  • cortar o cordão umbilical de um bébé com um tiro;

  • uma piada tonta com umas letras dum cartaz, a prescrever as palavras FUK U;

  • A Monica a dada altura deixa o bebe no chão para ir fazer sexo oral a um tipo num beco manhoso;

  • Clive Owen o trinca cenouras;

  • Clive Owen mata um gajo com uma cenoura enfiada no olho;

  • Cena de sexo entre os 2 com um tiroteio pelo meio;

  • usar o próprio sangue como arma de arremesso ?????? esta foi uma das piores.

  • ...

Se querem fazer um filme destes arranjem actores já de si palhaços! Este Clive Owen vai ter que trabalhar bastante para voltar a ter a minha consideração :)

Nota: 4 em 10.




revisto por Manic a 22/01/2008

sábado, 19 de janeiro de 2008

American Gangster (2007)

American Gangster


EUA / Crime / Drama / 157 min
Realizador: Ridley Scott.
Escritores: Steven Zaillian e Mark Jacobson.
Actores: Denzel Washington como Frank Lucas; Russell Crowe como Det. Richie Roberts; Josh Brolin como Detective Trupo.



Review: American Gangster apareçe-nos no final de 2007 como um grande candidato aos Oscares, tendo Ridley Scott extraído o máximo de um brilhante Denzel Washington e de Russel Crowe.


Este filme começa com a morte de um famoso gangster nova-iorquino que governava a seu belo prazer o bairro de Harlem, que tinha Frank Lucas como o seu braço direito.


É-nos depois apresentado 3 histórias paralelas de grupos de personagens que ao longo do filme se fundem numa só de uma forma muito subtil. Temos então o grupo de gangsters chefiado por Frank Lucas, o grupo de polícias sérios comandados pelo detective Richie e finalmente com um pouco menos de atenção (o que foi uma pena pois tinha muito ainda por dizer) o grupo de polícias corruptos liderados pelo Detective Trupo.

As histórias de vida de cada um dos grupos são muito bem expostas e dá-nos uma ideia super abrangente. Por exemplo:

Após a morte do já falado líder do gang, partindo do pouco que o seu ex-patrão lhe deixou e recorrendo à sua astúcia e ao muito saber que havia acumulado, Lucas começa o seu próprio negócio de venda de heroína, conseguindo rapidamente subir na vida, graças à sua implacabilidade na forma como tratava de negócios com os restantes gangs de NY e ao passar despercebido por algum tempo junto da polícia.

A história do detective Richie também é super interessante, ele é um polícia super honesto, a meio de uma separação litigiosa, que vê o seu antigo parçeiro morrer devido a overdose e a partir daí é colocado numa equipa que terá a sua liderança, dando a oportunidade a Richie de trabalhar à vontade no combate aos peixes graúdos do crime organizado.

Finalmente o Detective Trupo e seus colegas fazem parte de um grupo de polícias corrupto, que chegam mesmo a chantajear membros de grupos de criminosos em troca de dinheiro e representam tudo o que Richie não gosta no mundo das forças policiais, existindo aqui um choque muito giro de seguir ao longo do filme.

A parte final do filme tem um twist deveras interessante, que muda bastante o sentido das coisas até então.

Uma palavra final para Steven Zaillian que fez um trabalho simplesmente brilhante ao nível do enriqueçimento da história de cada uma das personagens, especialmente a de Denzel e Russel e também na criação das várias ramificações que a história nos mostra lá mais para o fim.

Nota: 8 em 10.


revisto por Manic a 11/01/2008

Eastern Promisses (2007)


EUA/UK / Crime / Thriller / 100 min
Realizador: David Cronenberg.
Escritor: Steven Knight.


Review: Este foi o meu primeiro filme a que assisto tendo David Cronemberg como realizador e não sei muito bem porquê mas estava à espera de um filme de difícil digestão, em que não se compreende metade do que é dito, felizmente não foi o que sucedeu. Deparei-me sim com uma história relativamente simples, fácil de acompanhar e com uns twists deveras engraçados pelo meio.


Eastern Promisses traz-nos a história de um bébé - Christine - que é abandonada à nascença após a morte da sua mãe durante o parto; de Anna - a parteira que traz ao mundo Christine e que entra numa busca perigosa ao passado recente da mãe da criança; Kolya um motorista para todo o serviço do filho do patrão de uma perigosa rede mafiosa russa - os "Vory v Zakone"; Kirill o filho do chefe e futuro sucessor, fraco e causador de vários problemas com outros grupos rivais tem em Kolya o seu maior confidente e amigo e finalmente o Big Boss - Semyon, implacável e dominador sobre todos os assuntos e que vê em Kolya os atributos que no fundo quereria ver no seu filho.


Este filme é extremamente cuidadoso em diversos aspectos, sem no entanto ser exagerado. É de realçar o cuidado que pareçe ter havido em tornar a personagem de Vigo e seus pares mafiosos super credíveis sem cair em hipercaracterização! Adorei também toda a simbologia que é conferida às tatuagens que abundam no corpo dos mafiosos russos.

Devo também realçar uma cena de luta já mais para o fim como nunca tinha visto até então e já mesmo na parte final do filme a personagem interpretada por Viggo deixa a história como que em aberto para uma possível continuação para o filme, sabendo nós que muito provavelmente Cronemberg nunca irá pegar de onde a personagem de Viggo nos deixou. Fiquei realmente surpreso com este "pormenor".

Eastern Promisses apesar de focar muito as mortes encomendadas por este grupo mafioso, não nos traz um retrato de violência extrema, com imensos tiros, imenso espalhafato e sangue, pelo contrário traz-nos uma visão crua, limpa e profissional da coisa. Achei isto super autêntico!

Apesar da mãe da pequena Christine não apareçer senão por 5 minutos ela está sempre presente ao longo do filme pelas passagens do seu diário que ficam com a parteira e que são nos transmitidas por uma voz off!

Li algumas crónicas sobre este filme e deparei-me com uma que diz somente o seguinte: "isto não pareçe ser ficção..", realmente fiquei com a sensação que estes grupos criminosos organizados existem mesmo, e que é muito fácil para pessoas como estas (que acredito que existem) passarem despercebidos seja em Londres seja em que cidade for.

Nota: 7 em 10.

Conclusão: Após ver Eastern Promisses fiquei com uma ligeira impressão de harmonia e de estilo, de cuidado na pesquisa. Pergunto-me a mim mesmo se serão estes pontos característicos de David Cronemberg? Bem tenho de ver mais qualquer coisa deste belo realizador


revisto por Manic a 18/01/2008

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Quanto aos resultados da conferência de imprensa dos Globos de Ouro


Fiquem então com a lista dos premiados da 65ª edição dos Globos de Ouro:


Cinema

Melhor filme: 'Atonement', de Joe Wright.

Melhor realizador: Julian Schnabel, por 'The Diving Bell And The Butterfly'.

Melhor actriz dramática: Julie Christie, por 'Away From Her'.

Melhor actor dramático: Daniel Day-Lewis, por 'There Will Be Blood'.

Melhor comédia ou musical: 'Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street', de Tim Burton.

Melhor actriz de musical ou comédia: Marion Cotillard, por 'La Vie En Rose'.

Melhor actor de musical ou comédia: Johnny Depp, por 'Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street'.

Melhor actriz secundária: Cate Blanchett, por 'I'm Not There'.

Melhor actor secundário: Javier Bardem, por 'No Country For Old Men'.

Melhor filme de animação: 'Ratatouille' (Walt Disney Studios Motion Pictures; Pixar Animation Studios).

Melhor filme em lingua estrangeira: 'The Diving Bell And The Butterfly' (França).

Melhor argumento original: 'No Country For Old Men', de Ethan e Joel Coen.

Melhor banda sonora: 'Atonement', composta por Dario Marianelli.

Melhor canção original: 'Guaranteed', do filme 'Into The Wild'. Letra e música de Eddie Vedder.


Televisão

Melhor série dramática: 'Mad Men', da cadeia AMC.

Melhor actriz numa série dramática: Glenn Close, por 'Damages', da cadeia FX Nework.

Melhor actor numa série dramática: Jon Hamm, por 'Mad Men', da cadeia AMC.

Melhor série de comédia ou musical: 'Extras', da cadeia HBO.

Melhor actriz numa série de comédia ou musical: Tina Fey, por '30 Rock', da cadeia NBC.

Melhor actor numa série de comédia ou musical: David Duchovny, por 'Californication', da cadeia 'Showntime'.

Melhor minisérie: 'Longford', da cadeia HBO.

Melhor actriz numa minisérie: Queen Latifah, por 'Life Support', da cadeia HBO.

Melhor actor numa minisérie: Jim Broadbent, por 'Longford', da cadeia HBO.

Melhor actriz secundária numa série ou minisérie: Samantha Morton, por 'Longford', da cadeia HBO.

Melhor actor secundário numa série ou minisérie: Jeremy Piven, por 'Entourage', da cadeia HBO.

domingo, 13 de janeiro de 2008

3:10 to Yuma (2007)




Até que ponto os foras da lei não têm um fundinho de bondade?
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Como é possível para um simples rancheiro perneta escoltar um perigoso fora da lei praticamente sozinho numa perigosa viagem até um comboio prisão?


Se vos interessar minimamente estas 2 questões não percam o regresso em grande dos filmes de cowboys com este 3:10 to Yuma.


De facto este remake de 1957 traz-nos caras conhecidos a um filme deste género, coisa que não foi nada habitual desde a minha juventude até os dias de hoje, e que traz alguma familiaridade e conforto a um género de filme já bem antigo. Se este filme não fosse tão bom quanto foi, já teria ficado agradado de ver Russell Crowe e Christian Bale a fazer um western!


A história é bastante simples e um pouco batida neste tipo de filmes. Se por um lado temos um perigoso fora da lei - Ben Wade (interpretado por Russell Crowe) que é capturado e é suposto ser levado a um tribunal, por outro e para contrariá-lo temos Dan Evans (Christian Bale) um destemido mas simples fazendeiro, ferido ao serviço do Exército do Norte que fica como um dos principais responsáveis por levá-lo à justiça em troca de uma quantia em dinheiro que o iria salvar a si, e à sua família da pressão de um fazendeiro para tomar as terras que pertenciam a Dave.


Pelo caminho, Dave e seus companheiros terão de escapar às investidas do bando de Ben Wade ao mesmo tempo que Dave tenta restaurar a sua credibilidade perante o filho, a esposa e a sociedade da terra onde vive.


Trata-se sem dúvida de um bom filme, repleto de acção, muitos tiros, de bailarinas e de um whisky tomado num balcão de um qualquer sallon, de cavalgadas, com uns apaches pelo meio mas sobretudo preparem-se para uma pontinha de emoção como não é habitual num western, pois é isso que os vai prender com este filme!


Nota: 7.5 em 10.

Referência final: oxalá a moda venha para ficar!

revisto por Manic a 13 de Janeiro de 2008

sábado, 12 de janeiro de 2008

Agradeçimento público

Vinha por este meio agradeçer à Nia do blog amigo Era uma vez a vida por me ter dito em surdina o segredo dos post dos trailers cá no vosso blog de cinema!


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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Trabalhar para os Óscares

Com vista a estarmos 100% preparados para a cerimónia que irá decorrer a 24 de Fevereiro de 2008, tenho até este dia para ver os seguintes filmes que entrarão em concurso e que estão entre os favoritos, dos que mais gostar tentarei fazer a respectiva review:

  • AMERICAN GANGSTER a
  • THE ASSASSINATION OF JESSE JAMES BY THE COWARD ROBERT FORD r
  • ATONEMENTr
  • BEE MOVIEr
  • CHARLIE WILSON'S WARr
  • EASTERN PROMISES a
  • ENCHANTEDr
  • 4 MONTHS, 3 WEEKS AND 2 DAYSr
  • GOYA'S GHOSTSr
  • THE KITE RUNNERr
  • NO COUNTRY FOR OLD MEN a
  • REDACTEDr
  • SEPTEMBER DAWNr
  • SHOOT 'EM UP a
  • STARDUSTr
  • THERE WILL BE BLOOD r
  • JUNO r
  • MICHAEL CLAYTON r
  • 3:10 TO YUMA a
  • ..

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Próximas Estreias

City of Men - Cidade dos Homens (2007)




Dos Produtores de Cidade de Deus.

Acerola e Laranjinha, grandes amigos e prestes a completarem 18 anos, descobrem coisas sobre o passado dos seus falecidos pais que irão abalar a amizade entre eles. Isto tudo a decorrer no meio de uma guerra aberta entre gangs de droga nas favelas do Rio de Janeiro.



Estreia em Portugal a 17 de Janeiro!


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Cassandra's Dream




O mais recente filme de Woody Allen, que conta com as prestaões de Colin Farrell, Ewan McGregor e Hayley Atwell.

Conta a história de 2 irmãos que devido a problemas finançeiros se envolvem no mundo do crime. As coisas não correm como planeado e logo se tornam rivais.




Estreia em Portugal a 10 de Janeiro!


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Realizado, escrito e protagonizado por Sylvester Stallone.

Vejam o trailer, pareçe que desta vez o nosso John está super sanguinário.




Estreia em Portugal a 7 de Fevereiro!

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4 Months, 3 Weeks and 2 Days




Escrito e realizado por Cristian Mungiu.

É um filme que nos traz o drama vivido por uma mulher que ajuda uma amiga a realizar um aborto clandestino na Roménia dos anos 80!




Estreia em Portugal a 17 de Janeiro!

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Cloverfield




A mais recente produção de JJ Abrams, um dos criadores de Lost, que aborda um ataque a Nova Iorque por um estranho monstro.




Estreia em Portugal a 24 de Janeiro.

Latest headlines

  • Globos de Ouro cancelados

Por culpa da mediática greve dos guionistas, esta ano não haverá uma gala de atribuição dos "Golden Globes".

A NBC decidiu cancelar a cerimónia, e no seu lugar vai transmitir apenas os nomes dos vencedores, tratando o "Golden Globes" como um simples acontecimento noticioso. Desta forma espera-se que pelo menos os actores apareçam na conferência de imprensa já que de outra forma não se esperava que comparecessem, devido à solidariedade de muitos deles.


  • Peter Jackson e New Line chegam a acordo para adaptação de «The Hobbit»

Colocando fim a uma longa batalha jurídica, o realizador da trilogia «O Senhor dos Anéis» e os estúdios da New Line vão levar ao cinema dois filmes baseados na obra de J.R.R. Tolkien «O Hobbit». Os dois filmes serão filmados em simultâneo, a filmar em 2009, com o primeiro a chegar às salas em 2010 e a sequela um ano depois, e não irão ter Peter Jackson como realizador. Na corrida para este lugar está ao que pareçe Sam Raimi.

  • Olga Kurylenko será a nova Bond Girl

Foi anunciado ontem que Olga Kurylenko irá ser a próxima Bond Girl, no papel da perigosa Camille! Podem ver os atributos desta bela atriz que participou o ano passado na adaptação do jogo Hitman ao cinema, aqui e também aqui .

  • Blu-Ray passa para a frente

A Warner Brothers acabou de anunciar que vai passar a distribuir os seus filmes exclusivamente em "Blu Ray" a partir de 31 de Maio.

Tendo em conta que agarrada à Warner vem a New Line, isso significa que do lado do Blu Ray temos em exclusivo a Sony, a Fox, a Disney e estas duas, enquanto que do lado do HD-DVD "apenas" temos a Paramount e a Universal.

  • Maddie pode chegar ao cinema

Os pais de Madeleine McCann estão a avaliar uma proposta para que a história da filha, que desapareceu na localidade algarvia de Praia da Luz a 3 de Maio de 2007, chegue aos cinemas. Segundo o jornal britânico Evening Standard, que revelou a existência destas negociações, está em causa uma avultada quantia de dinheiro.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Os 20 mais da crítica para os Óscares






Tendo já em vista a entrega dos prémios mais apetecidos de Hollywood, os "Oscars", há que estar a par das preferências junto dos críticos norte-americanos.

Fiquem então com os 20 mais eleitos por alguns destes críticos. Nos 2 primeiros lugares surgem: "No Country For Old Men" dos irmãos Coen (que fizeram Fargo) e "There Will Be Blood" de Paul Thomas Anderson (que fez Magnolia).

O "4 meses, 3 semanas e dois dias" (que ja tenho e tou para ver junto com o "No Country For Old Men") apareçe para já no 14º!

Vou ficar atento a esta lista..

Se quiserem ver a lista completa dêem um salto a Critics Scoreboard!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Wassup Rockers (2005)

EUA / Drama / 111 min
Realizador: Larry Clark.
Escritor: Larry Clark.
Actores: Jonathan Velasquez como Jonathan; Francisco Pedrasa como Kiko; Milton Velasquez como Milton / Spermball; Yunior Usualdo Panameno como Porky; Eddie Velasquez como Eddie; Luis Rojas-Salgado como Louie; Carlos Velasco como Carlos.


Review: Wassup Rockers acompanha uma série de miúdos salvadorenhos e um guatemaltense, que nascem num "guettho", como eles gostam de referenciar, onde a droga, o crime, as armas e o Hip-Hop proliferam e onde eles não se sentem de todo encaixados!

O seu estilo musical é nitidamente outro (têm uma banda de Punk Rock Latino), andam de skate na maior parte do seu tempo livre e procuram sempre sair do bairro onde moram para se divertirem, já que como eles dizem só lhes interessa um pouco de liberdade e ter-se uns aos outros!

Este filme situa-se espacialmente apenas em um dia na vida destes jovens. Um dia passado em Beverly Hills, famoso por ser habitado por gente rica, famosa e sobretudo preconceituosa! Durante esse dia são abordados sempre de forma desconfiada e de pé atrás, já que os latinos na califórnia pareçe que têm de ser empregadas domésticas e mecânicos obrigatoriamente, ou coisa que o valha!

Larry Clark quis realmente distançiar-se dos trabalhos já feitos (refiro-me apenas a Kids e a Ken Park, os únicos que vi), pelo que neste filme mostrou-nos os jovens como um grupo e no caso todos da mesma etnia - hispânicos à procura do seu espaço num mundo que naturalmente não é o deles e não perde muito tempo a nos falar do ambiente familiar de cada um, nem a focar quase ao exagero os dilemas da droga/sexo ou sida como já havia feito, mas sem esqueçer estes temas por completo!

Ganhou também bastanta genuinidade ao colocar um grupo de jovens que nunca haviam trabalhado no mundo do cinema, pelas técnicas de filmagem mais livres e menos cuidadas e pelo facto dos jovens usarem os nomes da vida real!

Interessante o facto de toda a acção do filme se desenrolar num único dia, desde o acordar atribulado, a ida para a escola de skate claro e a tarde passada em Beverly Hills. Achei bastante simbólico o regresso a casa, em que tiveram de arranjar boleia e andar imenso a pé, terminando o filme na altura precisa em que chegaram ao seu bairro, a sua "casa" que para eles não tinha o mesmo significado literário que para nós!

Outros aspectos interessantes:
  • as mortes que aconteçem ao longo do filme sempre por uma razão estúpida;
  • uma conversa entre um dos nossos jovens e uma miúda de B. Hills, em que é deixado transpareçer brilhantemente a realidade completamente oposta da vida de ambos, tendo a rapariga de BH bombardeado o nosso jovem com questões sem fim.

Nota: 7 em 10.
Referências finais: numa cena do filme um dos rapazes afirma que eles só se têm uns aos outros e que nunca se abandona um amigo, não foi bem isso que aconteçeu..

Adorei o facto de ver repetido e "explicado" durante o filme e de uma maneira simples, normalíssima e quase casual, o nome do filme e a forma como este surgiu -Wassup Rockers.
Acho que todos os bons escritores e realizadores deviam incluir o nome do filme no seu decorrer da mesma forma com que este filme o fez! Assim, sim :)
revisto por Manic a 2 de Janeiro de 2008