segunda-feira, 14 de julho de 2008

Proibido Proibir

Brasil / Drama / 105 min
Realizador: Jorge Durán;Escritores: Gustavo Bohrer; Eduardo Durán;
Actores: Caio Blat como Paulo; Maria Flor como Letícia; Alexandre Rodrigues como Leon; Edyr de Castro como Rosalina; Raquel Pedras como Rita; Adriano de Jesus como Cacao.

Review: Paulo é um estudante de medicina, que gosta de cannabis, de boa vida e que tem como lema de vida o título que dá o nome a este filme - Proibido Proibir; Leon um brilhante estudante negro de sociologia que não gosta de política e se encontra a fazer um importante trabalho na faculdade e a bela estudante de arquitectura Letícia, namorada de Leon formam o triângulo maravilha sobre o qual se debruça este filme.

A vida dos três rapidamente se complica quando Letícia começa a duvidar dos sentimentos que começa a nutrir por Paulo e quando uma paciente de Paulo no Hospital lhe pede para ver o seu filho antes da morte que a espera (um jovem rapaz que vive num zona pobre do Rio de Janeiro e que é perseguido por um grupo de traficantes)! Ao tentar tirar Cacao da favela onde se encontra, Leon é alvejado e cabe a Paulo a árdua tarefa de tentar salvar a vida do seu melhor amigo tendo como ajudante e cúmplice Letícia por quem continua a gostar!

Este filme aborda essencialmente o poder inabalável da verdadeira amizade e do rol de afectos que se gera em 3 pessoas que se adoram entre si incondicionalmente, e a visão de 3 jovens estudantes, uns mais brilhantes que outros do que é crescer hoje em dia no Brasil. Pareceu-me a mim ter um final algo precoce, pois imaginava mais uma hora de luta dos 3 contra a injustiça do sistema judicial no Brasil, mas realmente se fosse assim tornava-se novamente mais um filme brasileiro a bater novamente nos mesmos assuntos. A última cena do filme está contudo brilhante ao tentar passar uma mensagem de esperança face a todos os problemas que os afectam como um só, bem visível no sentido abraço que todos dão!
Adorei as cenas filmadas no miradouro em Brasília.

Nota: 7 em 10.

Referência final: este filme ganhou: o galardão Golden Sun do Biarritz International Festival of Latin American Cinema em 2006; o Golden India Catalina do Cartagena Film Festival em 2008; o prémio especial do Júri no Havana Film Festival em 2006 entre outros...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Paranoid Park (2007)


Paranoid Park

USA / Drama / 85 min
Realizador: Gus Van Sant;
Escritores: Gus Van Sant (screenplay); Blake Nelson (novel).
Actores: Gabe Nevins como Alex; Daniel Liu como Detective Richard Lu; Taylor Momsen
como Jennifer; Jake Miller como Jared.


Review: Paranoid Park baseia-se num livro de Blake Nelson e traz-nos a história de um jovem skater - Alex, que num daqueles dias em que pareçe que estamos num sítio contra vontade de toda a humanidade se vê envolvido num homícidio a um segurança privado.

Alex vive com a mãe em pleno processo de divórcio litigioso e com o irmão mais novo de 13 anos. Tem como melhor amigo Jared, também skater que lhe incute o gosto por um parque especial de skaters em São Francisco - o Paranoid Park (perto de onde se dá o acidente) e como namorada a jovem Jennifer, completamente egocêntrica e distante dos problemas que assolam Alex, nunca o conseguindo ajudar ou ouvi-lo o que obriga este a confidenciar-se a pessoas mais distantes.

Este filme dá imensos saltos à frente e atrás pelo que só temos uma ideia geral do que aconteçe a Alex já no 1/3 final do filme.

É super interessante a passagem dos sentimentos e dúvidas que caracterizam a CULPA que devem assolar alguém que como Alex comete um erro grave e despropositado e que não sabe como lidar com a situação, para o próprio filme. Várias vezes vemos um Alex distante, distraído, pensativo, melancólico (sendo que para isso muito contribuiu a brilhante banda sonora), sendo que os primeiros momentos após o acidente são retratados de uma forma meticulosa, insana o suficiente para uma situação destas. Destaco sobretudo a forma como Alex quer se livrar das roupas que usava naquele dia e o demorado banho que toma no sentido de ter tempo para pensar no que fazer de seguida.

A respeito da banda sonora li que GVS foi bastante ecléctico nesta matéria, usando desde música clássica, folk, rock, hip hop, e muito de Nino Rota.

Trata-se de um filme que vai muito para além de fazer mais um retrato sociodemográfico dos teens americanos, pois aborda também de uma forma curiosa os adultos que compõem a família de Alex. Não vemos neste filme jovens burros, e viciados em álcool, drogas e sexo como em muitos filmes que falam sobre a adolescência, mas sim um jovem como outro qualquer que adora um desporto - neste caso o skate e que vê no skate uma forma de escape, uma forma de se sentir bem!

Gus Van Sant tenta também passar a imagem de que esta situação se podia passar contigo, ou com o teu irmão ou mesmo um filho teu, seja ele um skater ou não, seja ele americano ou não!

Nota: 7,5 em 10.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Into The Wild (2007)

USA / Adventure / Biography / Drama / 158 min

Realizador: Sean Penn;

Escritores: Sean Penn (screenplay); Jon Krakauer (book).



Review: Into the Wild é realmente um belo filme, literalmente falando.

Em termos de fotografia está genial, em termos de mensagem em príncipio já deveria estar tudo no livro mas Sean Penn tem grande mérito ao transpor todas as emoções do livro para a tela, os lugares de filmagens foram realmente bem escolhidos e realço especialmente a caracterização da personagem do Chris - super credível o passar dos meses, ele realmente emagreçe com o tempo, não pareçe cá haver tangas e manipulações por computador! As cenas várias vezes repetidas do cinto de Chris estão lá para o provar!

De uma forma global, Into the WIld é um argumento adaptado do livro de Jon Krakauer e fala-nos de um jovem recém licensiado - Chris McCandless que saturado da sua vida familiar (que resulta das desavenças constantes entre os pais), farto da sociedade hipócrita em que vive, abandona tudo e todos e de mochila às costas parte sem rumo certo, sem dinheiro e sem nenhum objecto que lhe lembre a sua vida passada. Chris muda inclusive de identidade, passando a chamar-se Alex Supertramp (com Supertramp a referir-se a algo tipo vagabundo)!
Perseguindo o sonho de atingir o Alasca profundo, onde se rodearia apenas da natureza no seu estado mais puro e onde sobreviveria graças ao seu engenho, Alex vai fazendo várias amizades consolidades num curto espaço de tempo, conheçendo pessoas que de início estranham o seu objectivo principal mas que logo o apoiam e incentivam. É dado um papel importante aos verdadeiros amigos neste filme, às pessoas realmente interessantes que realmente vale a pena conheçer, aquelas que nos apoiam incondicionalmente sem reservas e que guardamos na memória para sempre.

Este filme encontra-se bem estruturado sendo repartido por alguns capítulos no sentido de dar a conheçer o passado de Alex (chamêmo-lo assim) e dar-nos a conheçer algumas das razões que o levaram a tomar esta decisão, já que a história dá vários pulos no tempo. Uma remanescência do livro?

Outro aspecto super interessante é o gosto da personagem principal por literatura, levando o mesmo a proferir várias citações dos seus livros preferidos em determinadas partes do filme.
Into the Wild entrou logo para o rol dos meus filmes favoritos, sobretudo pela originalidade do argumento, pela bela interpretação de Emile Hirsch que vinha fazendo filmes de caca, pelos cenários usados, pela crítica severa e por vezes cortante a coisas que todos nós vemos no dia a dia e não ligamos e a esta forma de ver e viver a nossa vida, vou repetir - a NOSSA vida!


Nota: 8,9 em 10 sem pestanejar.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Vencedores dos Óscares de 2008


Melhor Filme - No Country for Old Men de Ethan e Joel Coen.

Melhor Realizador - Ethan e Joel Coen - (No Country for Old Men).

Melhor Actor Principal - Daniel Day-Lewis (There Will Be Blood).

Melhor Actor Secundário - Javier Bardem (No Country for Old Men).

Melhor Actriz Principal - Marion Cotillard (La Vie En Rose).

Melhor Actriz Secundária - Tilda Swinton (Michael Clayton).



Melhor filme estrangeiro - The Counterfeiters (Áustria).

Melhor Argumento Adaptado - No Country for Old Men.

Melhor Argumento Original - Juno - Diablo Cody.

Melhor Filme de Animação - Ratatouille, Brad Bird.


Melhor Direcção Artística - Sweeney Todd The Demon Barber of Fleet Street - Dante Ferretti, Francesca Lo Schiavo.

Melhor Cinematografia - There Will Be Blood - Robert Elswit.

Melhor Guarda-Roupa - Elizabeth: The Golden Age - Alexandra Byrne.

Melhor Documentário - Taxi to the Dark Side - Alex Gibney e Eva Orner.

Melhor Documentário em Curta-Metragem - Freeheld - Cynthia Wade e Vanessa Roth.

Melhor Montagem - The Bourne Ultimatum - Christopher Rouse.

Melhor Caracterização - La Vie en Rose - Didier Lavergne e Jan Archibald.

Melhor Banda Sonora Original - Atonement - Dario Marianelli.

Melhor Canção Original - Falling Slowly - Once, Música e letra de Glen Hansard e Marketa Irglova.

Melhor Curta Metragem de Animação - Peter & the Wolf - Suzie Templeton e Hugh Welchman.

Melhor Curta-Metragem - Le Mozart des Pickpockets - Philippe Pollet-Villard.

Melhor Som - The Bourne Ultimatum - Karen Baker Landers e Per Hallberg.

Melhores Efeitos Sonoros - The Bourne Ultimatum - Scott Millan, David Parker e Kirk Francis.

Melhores Efeitos Visuais - The Golden Compass - Michael Fink, Bill Westenhofer, Ben Morris e Trevor Wood.

Oscar Honorário - Robert Boyle.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

There Will Be Blood (2007)


There Will Be Blood


USA / Drama / 158 min
Realizador: Paul Thomas Anderson.
Escritor: Paul Thomas Anderson; Upton Sinclair.
Actores: Daniel Day-Lewis como Daniel Plainview; Dillon Freasier como H.W. Plainview; Paul Dano como Paul Sunday / Eli Sunday.





Review: antes de mais dizer que a versão do filme que eu tinha era muito má e as legendas nem se fala...


Este foi um daqueles filmes que me custou imenso a ver até ao fim. Não, não tinha cenas horripilantes, mas simplesmente não tinha nada a ver comigo e penso que não irá significar muito para a maioria de vós. Não estou a dizer que o filme é mau, apenas que roça um pouco o tédio.


Este fime traça a história de um homem - Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis), que cuida sozinho o seu filho - H.W. (Dillon Freasier). Quando Plainview recebe uma dica de que, numa pequena cidade do Oeste, um oceano de petróleo está revelar-se à superfície, dirige-se até lá com o seu filho, para tentar a sua sorte na degradada Little Boston.


Esta cidade é um pouco estranha, pois tudo pareçe girar em torno da igreja do carismático pregador Eli Sunday (Paulo Dano), onde negócios se misturam com rituais estranhos de expulsão de demónios e com confissões pecaminosas levadas ao extremo.


Com o decorrer do tempo e o aumento da fortuna, nada se mantém igual e à medida que os conflitos vão aumentando todos os valores humanos - amor, esperança, comunidade, fé, ambição e mesmo os laços que unem pais e filhos - são ameaçados pela corrupção, decepção e pelo fluxo do petróleo (esta foi a única parte do filme que dei algum valor).


De resto é um filme, que deixa de início algumas dúvidas sobre as cenas que decorrem, existem diálogos que pareçem ter como objectivos trazer à superfície alguma insanidade no interior dos telespectadores, ou então o objectivo é mesmo fartar - que foi o que aconteçeu comigo.


Dentro de toda a maluquiçe que envolve o filme a actuação de Daniel Day-Lewis realmente sobressai, juntamente com o de Paul Dano (não conheçia este último).



Nota: 6 em 10 (dar o benefício da dúvida)!
Revisto por Manic a 12/02/2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Michael Clayton (2007)


USA / Drama / Thriller / 119 min
Realizador: Tony Gilroy.
Escritor: Tony Gilroy.


Review: Um filme um pouco à semelhança de "O Jogo" com o Michael Douglas, contando também com uma teia extrememente envolvente de roda da personagem Michael Clayton. É necessária imensa atenção aos pormenores e aos nomes das várias personagens para uma compreensão mais fácil do filme.

Fala-nos de um ex-advogado criminal - Michael Clayton - que trabalha já à vários anos numa famosa empresa de advocacia onde desempenha tarefas como "consultor especial" (M.Clayton auto-intitula-se como 1 zelador).

É ele que pega em 1ª instância nos acidentes e/ou asneiras dos clientes mais importantes da empresa e decide os primeiros passos a tomar, os primeiros depoimentos a fazer e as melhores pessoas consoante os casos.

Michael é amigo de Arthur (o grande despoletador desta história), um advogado da mesma empresa, com um 1 problema do foro psiquiátrico mais ou menos sério, pelo que muitas pessoas não levam o que diz muito a sério.
~
Arthur está como o responsável máximo por um processo imposto à empresa U-North sobre um herbicida potencialmente cancerígeno, mas logo consegur chegar à posse de um documento secreto que a ser descoberto condenava a empresa nesse processo, tornando-se assim um alvo a abater lançando assim a trama que preenche esta história.

Michael começa a inteirar-se desta história e a dada altura pareçe ser a única pessoa a acreditar em Arthur, começando assim uma investigação por conta própria.

Trata-se de um boa interpretação de George Clooney, sem lugar a brilhantismos, e de uma boa surpresa relativamente a Tom Wilkinson.

Mais um filme para preencher uma tarde de sábado na Sic.

Nota: 6 em 10.
revisto por Manic a 10/02/2008

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Atonement (2007)


UK / Drama / Romance / 130 min
Realizador: Joe Wright.
Escritores: Ian McEwan; Christopher Hampton .
Actores: Saoirse Ronan como Briony Tallis, aged 13; Romola Garai com 18 anos; Vanessa Redgrave em idade avançada; Julia West como Betty; James McAvoy como Robbie Turner; Keira Knightley como Cecilia Tallis; Juno Temple como Lola Quincey.


Review: Queria começar esta review por partilhar uma frase dita durante o filme que é a síntese perfeita do âmago desta história:
"Que idade temos de ter para saber a diferença entre o bem e o mal?"

Atonement é um filme que nos fala da importância da redenção, do fazer o que é correcto e justo na altura certa, ou do arrependimento que pode durar uma vida decorrente do não cumprimento dos actos que falo em cima.
É um filme completíssimo, riquíssimo em actos, palavras e com um enquadramento histórico muito bem conseguidoe enriqueçedor.

Esta história começa no decorrer da década de 30 e é brilhantemente levado à actualidade na última cena do filme, dando uma noção de continuidade, de evolução na história, tal como está prevista no 1º filme madeirense - As memórias nunca se apagam!

Atonement fala-nos de duas irmãs pertencentes a uma família aristocrata inglesa: Cecília (Keira Knightley) a mais velha, independente e bela, que tem uma paixão ardente e secreta por Robbie (James McAvoy); e Briony (interpretada por 3 actrizes: com 13 anos - Saoirse Ronan ; com 18 - Romola Garai; com idade avançada - Vanessa Redgrave) a mais nova e na minha opinião a personagem central deste filme.

Briony é uma jovem inteligente, imaginativa que desde cedo desenvolveu o gosto pela escrita. Briony desenvolve também um fraquinho por Robbie, facto que condiciona em muito a relação de Cecília com este, ao se envolver numa teia de acontecimentos que culmina com uma acusação de violação a Robbie.

Robbie um empregado lá de casa, sempre bem tratado pela família Tallis é então levado pela polícia, onde lhe é dado a escolher entre a continuação na prisão e a recruta para participar na 2ª GGM.

Ele opta por esta última opção e parte para França com a promessa feita a Cecília de voltar são e salvo a fim de passar com esta o resto das suas vidas.

Ao longo dos filmes vemos várias cenas extremamente simbólicas e carregadas de simbolismo como a cena em que um soldado morre ao segurar a mão da enfermeira Tallis e o lavar de mãos logo a seguir de Tallis como que a tentar limpar o grande erro que marcou a sua vida.

Nota: 8.5 em 10.

revisto por Manic a 10/02/2008