terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Arrumar o quarto


Primo não sei se reparaste mas o nosso "quarto" está diferente! Calma, não deitei nada no lixo, apenas dei um jeito na organização das coisas!

Andei por aí a ver outros blogs de cinema de qualidade, e reparei que o nosso anda um pouco anárquico em organização e conteúdo!

Queria tentar com a tua ajuda e a partir de agora situar melhor os filmes que vamos vendo, para isso pensei em dividir o lado direito do ecrân em anos (de 2000 a 2007 individualmente) e em décadas (90`s, 80`s...) e filmes anteriores a 1950. Se alguns anos não apareçerem é porque ainda não temos nenhum filme dessa altura. Podes continuar a fazer as reviews na mesma e depois eu trato de colocar a hiperligação do teu texto no sítio certo!

Era importante também já a partir de 2008:

- estarmos mais a par dos filmes que vão saindo, dentro dos actuais tentar ver os que gostamos mais e logo que consigamos vê-los colocamos logo a review; podemos tentar intercalar um filme de 2008 com outro de um ano qualquer!

- no final de 2008 (e isto foi algo que vi noutro blog), fazermos um top 10 em filmes daquele ano, tu fazias o teu e eu o meu; com uma imagem do filme à escolha e uma breve opinião própria;

- acompanhar melhor as notícias de grandes filmes previstos para daqui a um tempo (2008 vai ser pródigo em sequelas);

- acompanhar novos trabalhos daqueles realizadores que mais gostamos;

- outras ideias sugeridas..

Rush Hour 3 (2007)



EUA / Acção / Comédia / Crime / 90 min
Realizador: Brett Ratner.
Actores: Jackie Chan como Chefe Inspector Lee; Chris Tucker como Detective James Carter; Hiroyuki Sanada como Kenji; Yvan Attal como George..

Review: Bem, num esforço quase inglório para levar a todos vós (a minha família, a do Primo e mais 2 ou 3 amigos :) ) algumas reviews de filmes actualmente nas nossas salas de cinema, e porque estes dias de seca em casa convidam à visualização de um qualquer filme, tive a ver o Rush Hour 3 no dia de Natal! Quase que isto soa a castigo :)

O que vale é que esta review vai ser bem curtinha :)

Para começar a história é super simples - o embaixador Han é alvejado por um grupo de mafiosos a nível mundial, a sua filha será a próxima e os nossos amigos Lee e Carter terão de ir a Paris proteger uma rapariga que sabe demais sobre esse grupo e que está à beira de ser assassinada, por aqui nada que nunca tenhamos visto!

Foi-me particularmente engraçado ver logo no início do filme uma praça em LA que foi usada no episódio final da 1ª época da série Heroes, estimei!

Gostei também muito da personagem françesa que mais interagiu com os nossos detectives, o taxista George, que de início era contra os americanos e logo de seguida já era super a favor (lol), era uma personagem bem irónica que enfatizou por várias vezes alguns dos horríveis comportamenros americanos!

Podem esperar deste filme muita acção com cadeiras, sofás e inclusive puffs, comédia nem por isso - a parte dos apanhados que apareçe no genérico final tem mais piada que as piadinhas secas do Carter durante todo o filme! Temos também 2 situações de fantochiçe levado ao extremo, só reparei mesmo em 2 e uma cena bastante previsível lá para o fim!

De notar que é um filme bem curtinho, não é o ideal para fazer tempo.

Nota: 5 em 10.
Referência final: Não façam um 4º filme....só se for rodado em Portugal!

revisto por Manic a 25/12/2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Hot Fuzz (2007)



UK / Acção / Comédia / Crime / Mistério / 121 min
Realizador: Edgar Wright.
Escritores: Edgar Wright, Simon Pegg.
Actores: Simon Pegg como Sargento Nicholas Angel; Nick Frost como Danny Butterman; Timothy Dalton como Simon Skinner; Jim Broadbent como Inspector Frank Butterman..


Review: Antes de mais este deve ser dos filmes mais completos e ricos que vi nos últimos tempos!

É uma produção britânica, pareçe-me que a grande maioria senão todos os actores também o são, e tem de tudo um pouco: comédia, bem ao estilo das sitcom inglesas que viamos na 2; montes de mistério um pouco na onda daquela série também britânica - Crime, disse ela; acção com uns 15 minutos estonteantes num contraste fabuloso com a parte inicial do filme (é engraçado eles no filme falarem em filmes como o Bad Boys, filmes do Chuck Norris e nos últimos 15 minutos vermos tudo o que estes filmes são, representados em Hot Fuzz - um final 99% made em Hollyhood); e a parte que mais me espantou - este filme tem algo de "The Village" ( mas não tão conseguido) pois a aldeola retratada no filme tem muito que se lhe diga, e isto foi algo que eu nunca estaria à espera.

Hot Fuzz fala-nos de um super polícia - Nicholas Angel, que se tava a tornar num empecilho aos altos comandos da sua esquadra em Londres e por isso é transferido para a "pacata" vila de Sandford (a vila com menor taxa de assassinatos e maior taxa de acidentes, humm).

À chegada a Sandford, Nicholas depara-se com uma cidade aparentemente anárquica em termos de policiamento tendo efectuado a sua primeira detenção num bar ainda antes de entrar em serviço, ao prender um gajo a conduzir bêbado, sendo que esse gajo era...polícia! O que eu me ri com esta..

Ao longo do filme são deixadas piadinhas e situações geniais pela sua simplicidade e estupidez como a caixa dos palavrões que se encontra na esquadra; o estagiário sedento de acção policial que nunca havia disparado um tiro; uma das diligências - capturar dois gansos fugidos, e montes de outras.

É um filme muito bem estruturado, com uma parte introdutória grande no início, uma parte intermédia onde se dá os crimes, e uma parte final de resolução da trama sempre a abrir como disse em cima.

Foi engraçado chegar a 3/4 do filme e reparar que tinham sido deixadas pistas já desde os primeiros 15` de filme, que nos poderiam ajudar na resolução da trauma, obrigando-nos quase a uma 2a visulaização!

A trama desenvolve-se em crescendo, nunca esqueçendo a parte cómica e com uma clara componente de exagero (hipálage) em muitas situações!

Aconselho a todos os fãs de cinema e comédia britânicos pois conjuga as 2 vertentes de uma forma bem engraçada!

Aspectos com piada: Nunca tinha visto um pontapé numa velhota a lhe partir o nariz e uma pancadaria e troca de tiros brutal num supermercado até ver Hot Fuzz!

Nota: 7 em 10!

revisto por Manic a 24/12/2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

Elizabeth:The Golden Age (2007)



UK /Biografia / História / Drama / 114 min
Realizador: Shekhar Kapur.
Actores: Cate Blanchett como Rainha Elizabeth I; Clive Owen como Sir Walter Raleigh; Jordi Mollà como Rei Flipe II de Espanha; Abbie Cornish como Elizabeth Throckmorton; Geoffrey Rush como Sir Francis Walsingham.


Review: Não sei se sabem mas Shekhar Kapur já em 1998 tinha realizado um filme intitulado Elizabeth: the Virgin Queen (nome muitas vezes usado neste filme) que contou inclusive com Cate Blanchett e Geoffrey Rush pelo que, como não vi este primeiro filme não sei se isto é de alguma forma uma continuação!

Sendo que o primeiro pareçe ter focado os primeiros anos de reinado e as dificuldades em se tornar uma verdadeira monarca, pareçe-me que no segundo filme´, pelo menos esta última dúvida se mantêm.

Falando agora do Elizabeth: The Golden Age, este filme fala-nos do reinado de Elizabeth aquando da forte pressão feita pelos espanhóis no sentido de alastrar a fé católica em Inglaterra, sendo que a rainha de Inglaterra liderava uma maioria protestante na altura!

Elizabeth é-nos apresentada como uma rainha virgem, sem marido e o mais preocupante para a altura - sem descêndencia. É uma rainha justa para com o povo, misericordiosa, e um pouco "presa" às suas tarefas como rainha, e toda as burocracias entre reinos, às constantes pressões dos seus conselheiros até ao dia em que conheçe um pirata inglês que aos poucos foi marcando presença na côrte junto da rainha e que representava ideais como a liberdade, a juventude, a destreza sentimentos esses que pareçiam despertar nela uma Elizabeth escondida durante imenso tempo.

Este filme, pecou talvez por basear-se e não sei até que ponto, em 100% de factos reais, pois torna-se irritavelmente egocêntrico e aborrecido, cheio de mordomias e vénias e reuniões chatas.


E só quando a história sai dos ambientes da côrte é que pareçe que o filme ganha novo fôlego, como na cena em que o pirata e a Rainha cavalgam lado a lado ena cena do discurso que esta faz às suas tropas!


Por volta do minuto 80 pareçia que a coisa iria melhorar, mas a parte da derrota histórica da armada espanhola frente aos poucos barcos do lado da Inglaterra que poderia trazer alguma acção a um filme até ao momento chato, é-nos contada em poucos minutos e sem brilho nenhum de nada valendo o desempenho do Clive Owen na "liderança" da batalha.

Pontuação: 6 em 10.

Referência final: apesar de tudo foi um bom desempenho da Cate Blanchett. O Clive Owen não se consegue mostrar devido à atenção estar toda, toda, mesmo toda em Cate.
revisto por Manic a 23/12/2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Garden State (2004)


EUA / Drama / 102 min
Realizador: Zach Braff.
Escritor: Zach Braff.
Actores: Zach Braff como Andrew Largeman; Ian Holm como Gideon Largeman; Peter Sarsgaard como Mark; Natalie Portman como Sam.


Aos anos que eu pedia um filmes destes!!! Revejo-me completamente na personagem principal e em todos os dilemas com que ele vive desde o início até ao fim do filme.

Finalmente um filme que não tem nada de côr de rosa (que se foda esses malditos filmes em que o menino bom fica com a rapariga boazinha e é sempre a mesma merda), em que as relações não têm de bater certinho, em que os amigos também brigam, em que as relações familiares não correm bem, em que o casalinho do filme não se junta logo aos 5 minutos de filme.


A história é bastante simples, fala-nos de um rapaz que volta à Santa Terrinha após 9 anos de ausência (esta Santa terrinha até lembra a Madeira) para o funeral da mãe, sendo que as relações com a família não são as melhores, e meio atordoado com tudo o que se passa à sua roda juntamente com a carrada de anti-depressivos que tomou até à morte da mãe, vai vagueando pela cidade e reencontrando os seus velhos amigos que não via à anos. Alguns deles tiveram sortes bem distintas, e até episódios bem engraçados que resultarame em empregos que não lembram a ninguém: 2 coveiros, 1 polícia, 1 a trabalhar disfarçado de cavaleiro num fast-fodd..

E é com a convivência com estes, e do encontro casual com uma rapariga também não menos problemática, que ele volta um pouco à realidade e que tem aquela conversa séria que já deveria ter tido com o pai, que equaciona o que será agora o seu futuro, e ao lado de quem quer estar, etc.

É um filme que aborda desde o princípio até ao fim a temática da reflexão, o esclareçer situações do passado e seguir em frente, é o grito do Iparinga brilhantemente reproduzido naquela cena em que o Andrew e os amigos sobem a uma catterpila que se encontra num sítio remoto e gritam com toda a força dos seus pulmões!

Como ponto negativo destacava o final um bocadinho fraquinho, a mereçer algo francamente melhor trabalhado!

Um pormenor engraçado que também vi referido nos comments do IMDB, Zach Braff escreveu, realizou e entrou no filme como personagem "principal" e principal escrito desta forma porque em várias cenas ele pareçe que não está lá, tou-me a lembrar duma cena em que ele está numa festa e toma uma pastilhinha de ecstasy e todos os outros divertem-se à grande enquanto ele está parado no sofá e a atenção está nos seus amigos! Propositado de alguma forma?

Pontuação: 7 em 10.
Referência final: 11 prémios entregues sobretudo a premiar Zach Braff como jovem realizador, e a banda sonora que acompanha o filme.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Crash (2004)


Uma colisão que nada tem a ver com a ambígua obra prima de David Cronenberg mas que foca um dos principais problemas da sociedade mundial (especialmente notória nos EUA, visto tratar-se de um autêntico "melting pot", uma expressão geográfica indicadora da miscelânia de etnias).
Este filme, do realizador Paul Haggis, previsivelmente oscarizado em 2004, enche-nos de emoções contraditórias ao contar as experiências sociais de várias personagens estereotipizadas: Um polícia aparentemente racista e xenófobo; dois negros racistas delinquentes; um procurador da cidade de L.A; um serralheiro hispânico (provavelmente a alma mais caridosa do filme), um iraniano irascível e mal-encarado que tenta sobreviver desesperadamente com a sua loja, entre outras. O filme começa com a descoberta de um cadáver de uma das personagens acima citadas. É uma entrada brutal, em que desconhecemos por completo as motivações da ocorrência. O restante filme é-nos contado de forma sequencial através de cada personagem.
É um filme intenso e muito introspectivo, estudioso dos estereótipos. As personagens que surgem assumem precisamente as características morais que inconscientemente atribuímos
a determinadas etnias...temos o polícia que humilha um negro e a respectiva mulher...o serralheiro hispânico que aparentemente é um bandido...o xenófobo comerciante iraniano, os negros ladrões, etc.
Ao longo do filme, as figuras assumem comportamentos morais diferentes e laudatórios, como o polícia que posteriormente salva a mulher que humilhou sexualmente; o negro que salva um grupo de imigrantes clandestinos destinados à venda, entre outros episódios que são descritos no filme.
No fim do filme, é emocionante constatar a felicidade que se apodera dessas personagens e sentimo-nos tocados com os seus actos humanitários. No entanto a cena seguinte, a final (curiosamente, um acidente rodoviário entre 2 etnias diferentes) remete-nos para a triste conclusão de que afinal, ainda há muito para lapidar nas relações sociais humanas...

Nota pessoal (1-10) - 7,5

Pontos fortes: Argumento coeso, boa representação da Sandra Bullock e do Don Sheadle.
Pontos fracos: Um pouco politizado e enfabulatório (o "tiro" na miúda) o que retira algum realismo a algumas cenas.