domingo, 16 de setembro de 2007

Fando Y Lis (1967)


Ano - 1967
Realizador - Alejandro Jodorowsky
Actores - Sergio Kleiner (Fando), Diana Mariscal (Lis)
Os primeiros decénios do século XX ficaram marcados pela irrupção de vários estilos literários e artísticos. Um deles foi o surrealismo, que surgiu originalmente no seio de um grupo elitista liderado por Tristan Tzara e Andre Breton em 1919 (creio eu, nao tenho paciência de confirmar).
Este movimento, tinha como objectivo transpor para um quadro visível os impulsos emocionais e espontâneos do universo onírico.
A transição do pincel para a película deu-se em uns anos mais tarde pela mão de Luis Bunuel numa curta metragem intitulada de "Un Chien Andalou" (1928). O surrealismo popularizou-se seriemente umas décadas mais tarde pelas mãos do cineasta David Lynch, mas por mais que o admire, o verdadeiro esplendor do surrealismo reside em outros cineastas e outras obras.
É o caso de Alejandro Jodorowsky, um realizador genialmente abstracto. Ídolo da BD (responsável por obras tão bizarras), a sua primeira passagem pelo cinema deu-se em 1967, através de Fando Y Lis, uma improvável história de amor entre um homem sinistro e uma mulher paraplégica. A sinopse da história é bastante simples e narra a caminhada do casal até à cidade perdida de Tar. A mitologia e a história desta cidade encontra-se descrita no genérico de forma bastante fantasiosa e em jeito de fábula.
Pelo meio, são vários os encontros com personagens estranhas e inesquecíveis (simplesmente hilariante o jogo de cartas entre as velhas). Mas igualmente inesquecíveis, são as cenas de violência (bastante raras na altura) perpretadas por Fando à sua amada que ainda hoje, 40 anos depois perturbam bastante.
Em jeito de conclusão, é um filme que se aconselha com alguma precaução, especialmente para aqueles que desejam ver algo diferente e refrescante.
Curiosidades - Aquando da sua ante-estreia no Chile, o público, chocado perante algumas cenas do filme, apedrejou Jodorowsky obrigando-o a fugir.
Aspectos positivos - Filme mágico e cativante, com uma bela história de amor surreal e com alguns momentos incrivelmente ternurentos. Esta vertente humanista do cineasta é desenvolvida posteriormente em "Santa Sangre" (1989). Essência de "road-movie".
Aspectos negativos - Nenhum :)

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